Relacionamento individual com Deus/copping
- Dra. Valdelene Andrade
- 21 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Coping é um vocábulo de origem inglesa, sem correspondente literal na língua portuguesa, mas que é considerado por alguns como: enfrentamento, manejo ou adaptação às situações. A maneira como as pessoas se relacionam com Deus é chamada de Coping Religioso Espiritual (CRE). Muitos cientistas têm se ocupado com o estudo desse aspecto da religiosidade humana.

A saúde das pessoas também sofre influência de seu relacionamento com Deus; aquelas que enxergam Deus como um remédio, um Ser que as liberta dos problemas em suas vidas, geralmente são mais felizes e satisfeitas com sua saúde.
É importante esclarecer que o CRE pode ser benéfico ou maléfico para a saúde. Os que vivem sua crença religiosa de uma maneira fanática, julgando que aqueles que não abraçam esta ou aquela religião estarão condenados ao inferno, por exemplo, poderão ter mais prejuízos do que benefícios.
Estudiosos como Panzini e Bandeira entendem o Coping Religioso Espiritual (CRE) positivo como o estabelecimento de estratégias que proporcionam efeito benéfico ao praticante, como por exemplo:
Procurar amor/proteção de Deus ou maior conexão com forças transcendentais;
Buscar ajuda/conforto na literatura religiosa;
Buscar perdoar e ser perdoado;
Orar pelos outros;
Procurar resolver problemas em colaboração com Deus;
Dar novo significado ao estressor, considerando-o benéfico, dentre outras.
Define-se o Coping Religioso Espiritual (CRE) negativo como o envolvimento em estratégias que geram consequências prejudiciais/negativas ao indivíduo, tais como:
Questionar existência, amor ou atos de Deus;
Delegar somente a Deus a resolução dos problemas;
Sentir-se insatisfeito ou descontente em relação a Deus ou aos frequentadores/membros de instituição religiosa;
Considerar o estressor como punição divina ou das forças do mal, etc.
A religiosidade muitas vezes ajuda o paciente a adaptar-se a novas realidades de sua vida, principalmente ao deparar-se com doenças, proporcionando uma ressignificação dos processos de sofrimento e morte.
Um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por PINHO e colaboradores em 2017, em um ambulatório de referência em HIV/aids de um hospital universitário de Recife-PE, observou que a religiosidade e a espiritualidade desempenham papel importante no enfrentamento a esta infecção e desenvolvimento da doença. O copping religioso/espiritual foi utilizado de forma significativa e positiva de acordo com os autores da pesquisa. Este e muitos outros exemplos, que demonstram cientificamente a importância da espiritualidade para a saúde das pessoas você encontra em: “Medicina e Espiritualidade: a importância da fé na cura de doenças”, da Editora Santuário.

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