Milagres existem? (PARTE II)
- Dra. Valdelene Andrade
- 8 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de fev. de 2021
Os cientistas desejam uma comprovação científica para eles, o que não é possível, uma vez que o sobrenatural ultrapassa a compreensão humana, apenas pode ser vivido por meio da fé.


O milagre aponta para Deus, nada revelando por si mesmo. Haja vista os milagres realizados por Jesus. Ele os realizava para que cressem Nele, mas o principal da fé cristã não é a cura corporal, e sim a mensagem de Cristo, a Boa Nova.
O cerne da fé cristã é a ressureição. Para ser digno e merecedor desta comunhão, se faz necessária a conversão, a mudança de vida, a renúncia ao pecado. Este deve ser o centro da nossa fé, e não a cura milagrosa.
O certo é que Deus não realiza milagres para provar quem é ou o Seu poder. Ele o faz pura e simplesmente por ter misericórdia das mazelas humanas e para revelar algo sobrenatural. Porque somos descrentes e necessitamos o tempo todo de provas da Sua existência.
Como tal, apenas Deus pode realizá-los, e a fé e a obediência a Ele são condições exigidas para que o fenômeno aconteça. Ao deparar com acontecimentos inexplicáveis, o ser humano se choca, passando a refletir sobre o fato de que existem coisas que sua inteligência não explica.
A cura obtida por meio de um milagre possui uma importante lição teológica, e as escrituras fazem menção àquelas realizadas por Jesus. A Igreja zela pela integridade humana como um todo, não apenas no seu aspecto físico, mas também no eclesial, social, enfatizando que se deve priorizar a salvação da alma.
Um menino brasileiro recebeu uma graça, que foi considerada o primeiro milagre reconhecido pela Igreja Católica como sendo o primeiro obtido pela intercessão de Carlo Acutis.
Mateus Lins tinha uma doença rara, que o fazia vomitar tudo o que comia. Estava com a saúde muito comprometida e a Medicina atualmente não possui tratamentos eficazes para a cura. O menino foi levado à igreja, onde estava a relíquia do candidato a santo. Mateus então pediu a Carlo, para "parar de vomitar". Ao chegar em casa, o menino passou a comer tudo e não mais vomitava. O menino ficou curado imediatamente e os médicos não explicam cientificamente sua cura.
A Igreja então, mediante vários laudos médicos e testemunho da médica que acompanhava o garoto, reconheceu a sua cura como um milagre de Carlo Acutis, que foi eleito beato da Religião Católica. Para o Catolicismo o milagre tem que ser reconhecido pela Ciência como uma cura súbita, irreversível (não é uma simples melhora) e inexplicável.
Além desse milagre, existem diversos relatos de conversão até mesmo de pessoas que não tinham religião, devido ao testemunho de vida desse beato. Esse talvez seja o maior milagre. Afinal a figura dos santos nos aponta para Deus, através de suas obras e do seu exemplo..
Frei Damião é um exemplo de vida que o povo nordestino deseja que seja reconhecido por suas virtudes, sendo elevado ao grau de santo pela Igreja Católica.
Nasceu no vilarejo de Bolzano, na Itália, filho do casal de camponeses Félix e Maria Giannotti, em 5 de novembro de 1898. Segundo depoimentos de duas de suas sobrinhas, Pio Giannotti, seu nome de batismo, manifestou vocação religiosa logo após sua Primeira Comunhão.
Desde criança, tinha o hábito de carregar consigo o crucifixo, bem como de ficar rezando em silêncio por horas, contemplando a natureza. Também manifestou cedo a prática da caridade, tendo sido visto, certa vez, vindo a pé de outra cidade, a cerca de 30 quilômetros, por ter doado a um mendigo o dinheiro de sua passagem.
Foram muitas as “missões” que o frade realizou pelas cidades do sertão nordestino onde ele se esmerava em pregar pedindo o arrependimento dos pecados. Adquiriu uma deformidade na sua coluna por passar muitas horas no confessionário, ouvindo os fiéis.
Mesmo quando se encontrava gravemente enfermo nos hospitais, celebrava missa para os outros doentes e para a equipe médica que lhe assistia. Por inúmeras vezes contrariou ordens médicas e saiu em pregação por semanas, alimentando-se em horários inapropriados para sua idade e condição de saúde.
Frei Damião foi um santo da nossa época, que ainda não teve seu merecido reconhecimento, pois são necessários recursos financeiros e muito empenho da parte dos responsáveis pela causa dos santos. Mas quem o conheceu, sabe que ele não era uma pessoa comum, era verdadeiramente um santo.

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