“Eu sou o pão da vida”
- Dra. Valdelene Andrade
- 23 de jan. de 2021
- 4 min de leitura
“Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo”.

A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: “Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?”.
Então, Jesus lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente”.
Estas foram as palavras de Jesus, descritas no Evangelho de São João, capítulo 6, que fundamentam nossa fé na Sagrada Comunhão. Um motivo de reflexão para aqueles que afirmam ser a comunhão apenas um “faz de conta”, “uma metáfora”, “apenas um pedaço de pão” ou “uma bolacha”. Quem crê em Jesus Cristo sabe que Ele era Deus e que não mentia. Falava muitas vezes em parábolas. Mas não foi esta Sua fala apenas “uma parábola”. Devido às Suas duras palavras, muitos deixaram de segui-Lo. Não houve aqui nenhum mal entendido, caso contrário Ele teria esclarecido melhor ou dito de outra forma (Jo 6, 48-58).
Também em São Paulo será novamente afirmado por Cristo que Ele se faz “pão” e “vinho”:
"Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim”.
Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim”.
Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo e, assim, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Essa é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos (I Coríntios 11 23-30).
Mesmo diante tantos sinais que Deus tem dado à humanidade, prevalece entre nós a incredulidade, a fé de supermercado (que sempre quer receber algo em troca). Mas Deus na sua infinita misericórdia, ciente das nossas fraquezas tem nos presenteado com inúmeros milagres, dentre eles os chamados milagres eucarísticos, onde a hóstia transformou-se em sangue, carne.
O Beato Carlo Acutis, em sua curta trajetória de vida aqui na Terra ocupou-se em divulgá-los pela internet. Um dos mais famosos talvez tenha sido o que ocorreu na cidade de Lanciano, na Itália, no ano 750 d. C. Na ocasião, aconteceu que um sacerdote duvidara que Cristo estivesse verdadeiramente presente na Eucaristia, no momento em que ele elevara a Hóstia, durante a Santa Missa. Para sua surpresa e dos presentes à celebração, a comunhão em suas mãos transformou-se em um pedaço de carne e suas vestes e o altar ficaram sujos de sangue. Naquela época, como era de se esperar, tal acontecimento causou grande alvoroço e foi reconhecido pela Igreja como um milagre.
Em 1971, o Arcebispo de Lanciano, com autorização de Roma pediu ao doutor Edoardo Linoli, professor de Anatomia, Histologia Patológica e Química e Microscópica Clínica para que examinasse as relíquias do referido milagre de séculos atrás que foram guardados pela Igreja. O especialista concluiu que realmente tratava-se de tecido muscular humano, proveniente do ventrículo esquerdo, com sangue AB positivo (tipo de sangue comum entre os judeus; o mesmo presente no Santo Sudário de Turim). Observou ainda que o sangue tinha características de “sangue fresco”, sem ter sido detectada qualquer substância que por ventura pudesse ter sido acrescentada para sua conservação.
Tal conclusão publicada na Revista Quaderni Sclavodidiagnostica clinica e dilaboratorio”, (1971, fasc.3,“Grafiche Meini”, Siena), atraiu a atenção de outros cientistas. De modo que, em 1973, o Conselho Superior da Organização Mundial de Saúde requisitou uma criteriosa investigação, com outros exames laboratoriais, concluindo em 1976, que realmente se tratava de um acontecimento inexplicável pela Ciência, não sendo detectada nenhuma fralde nas avaliações anteriores.

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