Depressão: doença da alma

“A pessoa deprimida diz-se sem ânimo, desanimada, talvez porque a origem de todo o problema esteja no cerne de sua alma. Creio que são muitos os que sofrem hoje em dia deste mal: a depressão. Vem aquele desânimo, e a pessoa não quer sequer levantar da cama; trabalhar, nem pensar.

Não vê graça nas coisas que fazia antes; não quer sair com os amigos; não se interessa por livros ou programas de televisão. Algumas mães perdem o interesse até pelo bem-estar dos filhos, descuidam da arrumação da casa e da própria aparência. É como se de repente todo o planeta ficasse em preto e branco, como se as cores da felicidade sumissem.

Até aquela música, a preferida, não gosta mais de escutar. Tudo se resume a uma grande tristeza, a uma enorme angústia. Surge um medo que não consegue explicar: de sair de casa, de que algo ruim aconteça, da morte, mesmo sem estar doente. Medo simplesmente de não conseguir respirar, de dormir e não acordar, de que aquele filho que está fora de casa não regresse. Tudo parece tão assustador, desanimador! A deprimida busca então ajuda nos remédios. De todos os tipos: para dormir, para abrir o apetite, para dor de cabeça, para dor de estômago. Algumas pessoas vão ao médico, saem com uma receita repleta de medicamentos, mas se recusam a usá-los, pois temem seus efeitos colaterais.

Outras se dopam cada dia mais, no entanto, não se sentem melhores. Melhorar como, se a única coisa capaz de preencher todos os espaços vazios no coração do ser humano é o Sumo Deus? Apenas Ele pode curar aquelas mágoas que outros provocaram em nós. Apenas Ele pode consolar quem perdeu um ente querido; quem ficou sozinho em casa, por já não ter o cônjuge ou a companhia dos filhos; quem está sem trabalho, sem casa, sem comida suficiente.

Infelizmente, o ser humano está se esquecendo disso, e cada vez mais busca refúgio nas drogas, no álcool, nos remédios, sem sucesso. Alguns fazem análise, mas de nada adianta, pois não conseguem enxergar a si mesmos, não chegam ao cerne de suas feridas”.

Fonte: Trecho da obra Saúde e Oração: a busca da cura e do autoconhecimento pela fé

Editora Santuário (p: 65 e 66).