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As emoções e a saúde

O indivíduo moderno assemelha-se às vezes a uma bomba relógio, sempre prestes a explodir. Mal consegue conter-se diante do turbilhão de emoções que lhe corroem o íntimo. Diante disso a irritabilidade passa a ser sua principal marca de personalidade, desencadeando muitas vezes um comportamento violento desproporcional ao fator desencadeante.

Aos poucos ele está perdendo sua capacidade de dialogar, de negociar pacificamente com os outros. Parece-lhe que não há outra forma de atingir seu objetivo, a não ser usando a força. Uma prova disso são os inúmeros casos a que assistimos na televisão todos os dias, com crianças encontradas em malas, jogadas de edifícios ou em rios, com jovens que matam seus pais, irmãos, avós, colegas de colégio.


Autores como Moreira-Almeida, Koenig e Lotufo-Neto, após revisarem diversos estudos, apontam a religiosidade como forma de reduzir a criminalidade. Mas os efeitos dessa sobrecarga emocional não se manifestam apenas por meio de comportamentos explosivos ou inadequados para a sociedade, ela também age de forma silenciosa, minando o funcionamento orgânico.


Goleman fala sobre a influência negativa que sentimentos como a raiva e a tristeza têm sobre a saúde; da mesma forma que enaltece a alegria, como estimulante do sistema imunológico, melhorando o prognóstico de doenças como o câncer. Ele relaciona inclusive o humor raivoso com uma maior incidência de doenças cardíacas e mortes pré-maturas. O humor deprimido por sua vez parece estar relacionado com maior tendência no desenvolvimento de câncer.


Ao alegrar-se, o indivíduo reduz o fluxo sanguíneo para o cérebro, deixando-o momentaneamente em repouso, o que é necessário nos processos de cura. Os achados científicos que ligam o humor são relacionados à boa saúde, como por exemplo: a diminuição do cortisol; o aumento dos linfócitos T e das células Natural Killer (NK); o aumento de imunoglobulina salivar A (Ig A); aumento e posterior redução da frequência cardíaca (FC), da frequência respiratória (FR) e da pressão arterial (PA).


O humor mostra que, na verdade, as barreiras entre nós e nossos semelhantes não existem; bem como entre nós e o Absoluto. As nossas emoções podem ser condicionadas, transformadas. Assim como uma tela em branco pode ser modificada, nossos sentimentos podem ser mudados sem que mudemos nossa essência como pessoa. E uma boa maneira de modificar para melhor nossos sentimentos e emoções é através de uma prática religiosa regular, sem exageros, mas vivida com profundidade.


O mundo de hoje, cada vez mais secular, está esquecendo como é ser humano. Os estabelecimentos comerciais não respeitam os domingos, dias santos. Afinal o “Brasil é um país laico, não deveria sequer ter feriados religiosos”, dizem os políticos e intelectuais opressores. A saúde mental das pessoas, inclusive dos profissionais da saúde, é fundamental para que se atinja uma boa produtividade. Melhor trabalha aquele que está descansado e feliz. Estar com a família num dia de domingo, ir ao culto religioso ou à missa, revigora a alma.


Estamos sendo cada dia mais privados de conviver com nossos filhos, de admirar um pôr do sol, de molhar os pés na areia da praia, de caminhar e escutar o canto dos pássaros. A solução para que as coisas melhorem é rezar mesmo e muito. Outra alternativa barata para suportar toda essa carga negativa é assistir a filmes e programas que nos façam rir e nos tirem da mesmice.


Trecho da obra: “Medicina e Espiritualidade: a importância da fé na cura de doenças”, da Editora Santuário.


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